Posted on 23 de outubro de 2013 in Análises

OS IDOSOS DO BRASIL

               OS IDOSOS DO BRASIL

 

Por Maerle Ferreira Lima

 

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 30 de setembro de 2013, o Brasil tinha 201.032.714 ( duzentos e um milhões, 32 mil, 714) habitantes.

Tal projeção, baseada em dados do Censo de 2010, é feita anualmente a pedido do Tribunal de Contas da União (TCU), para servir de base para o repasse de recursos do orçamento dos municípios.

Segundo os pesquisadores responsáveis pelo levantamento, os indicadores utilizados no trabalho, sugerem que o ritmo de crescimento demográfico caia até 2042, ano em que a população brasileira deverá parar de aumentar. Assim, segundo os técnicos do IBGE, a cada ano, a população crescerá menos e começará a decrescer a partir de 2042.

Em 2042, as estimativas do Instituto apontam que a população do País poderá atingir o seu tamanho máximo, 228 milhões e 400mil habitantes. Portanto, como podemos verificar, ao longo dos próximos 30 anos, a taxa de fecundidade deverá diminuir ainda mais e o País ficará cada vez mais velho. Hoje, segundo o IBGE, a média de filhos por mulher é de 1,77. Em 2030, deverá ser de 1,5; e em 2042, poderá chegar a um número ainda menor.

Apenas para termos uma idéia  do que representou essa queda da fecundidade nos últimos 53 anos, basta dizer que, no início dos anos 1960, a média era de 6 filhos por mulher. Em 1981, o indicador era de 4 filhos por mulher. Em 2013, como já foi mencionado, esse número ficou em apenas 1,77 filhos por mulher. Vale dizer que a taxa atual é menor do que a da reposição populacional, que é de 2,1 segundo o IBGE.

 A queda da fecundidade total, aliada ao progresso econômico e social que o País deverá registrar nos próximos 30 anos; à melhoria na educação; ao aparecimento de novos medicamentos; de procedimentos médicos mais avançados e sofisticados; e de tratamentos  mais eficazes contra as doenças infecto-parasitárias e as chamadas doenças crônicas; certamente, serão determinantes para aumentar, significativamente, a expectativa de vida do povo brasileiro.

Em 1980, a esperança de vida do brasileiro ao nascer era de 62,6 anos. Em 2013, esse limite chegou a 74,84 anos e aumenta a cada dia. Pelas projeções do IBGE, em 2020, a expectativa de vida ao nascer deverá ser de 76,7 anos. Em 2030, poderemos chegar a 78,6 anos; em 2040, 79,9 anos; em 2050, 80,7 anos; e em 2060, os brasileiros poderão viver, em média, até 81,2 anos. Por esses dados, nota-se que, em 2041, ou seja, daqui a apenas 27 anos, os brasileiros consigam viver, em média, até os 80 anos de idade.

As mesmas projeções estimam que, em 2060, os idosos no Brasil deverão representar cerca de 60 milhões de pessoas, para uma população estimada de 218 milhões 173 mil 888 habitantes.

Os dados mais recentes, divulgados em agosto de 2013,  pela Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (PNAD), do IBGE, mostraram que os idosos no Brasil, pessoas com 60 anos e mais, já somam 23 milhões e 500 mil habitantes, ou seja, aproximadamente, 11,7% do total da população. Por outro lado, a pesquisa revela que esse contingente representa mais que o dobro das pessoas na mesma faixa etária, registradas em 1991, 10 milhões e 700 mil habitantes.

Finalmente, o IBGE mostra que, na comparação entre 2009 e 2011, por exemplo, esse grupo de idosos aumentou 7,6%. Eles eram 20 milhões e 51 mil, em 2009, e chegaram a 21 milhões e 700 mil, em 2011. Entre 2011 e 2013, 1 milhão e 800 mil novos idosos surgiram no Brasil, elevando o contingente das pessoas com 60 anos e mais, para os atuais 23 milhões e 500 mil.

Analisando o atual perfil populacional brasileiro, onde a população cresce lentamente e envelhece rapidamente, sociólogos e economistas assinalam que o País está passando por uma profunda transformação demográfica.

Para eles, o Governo precisa, imediatamente, encarar com seriedade e prioridade, o crescimento desse fenômeno, cujas repercussões, atingem diretamente toda a sociedade, todas as metas de políticas públicas e todo o sistema econômico, político e social. Dessa forma, se não atentarmos agora para o momento histórico que vivemos, em pouco tempo, seremos vítimas de nossa própria negligência.

Maerle Ferreira Lima

3 de outubro de 2013


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