Poemas

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Jorge Luis Borges

     1899-1986

MÚSICA GREGA*

 Enquanto dure esta música,

seremos dignos do amor de Helena de Tróia.

Enquanto dure esta música,

seremos dignos de haver morrido em Arbela.

Enquanto dure esta música,

acreditaremos no livre arbítrio,

essa ilusão de cada instante.

Enquanto dure esta música,

saberemos que a nave de Ulisses voltará a Ítaca.

Enquanto dure esta música,

seremos a palavra e a espada.

Enquanto dure esta música,

seremos dignos do cristal e do mogno,

da neve e do mármore.

Enquanto dure esta música,

seremos dignos das coisas comuns,

que não o são agora.

Enquanto dure esta música,

seremos a flecha no espaço.

Enquanto dure esta música,

acreditaremos na piedade do lobo

e na justiça dos justos .

Enquanto dure esta música,

mereceremos tua grande voz, Walt Whitman.

Enquanto dure esta música,

mereceremos ter visto, do alto de um cume,

a terra prometida.

 

*reproduzido em tradução pelo poeta brasileiro, Ivan Junqueira.  

                

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MARTHA MEDEIROS

            1961

A MORTE DEVAGAR

 

Morre lentamente quem não troca de ideias, não troca de discursos, evita as próprias contradições.

 

Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado.

Quem não troca de marca, não arrisca vestir uma cor nova, não dá papo para quem não conhece.

 

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru e seu parceiro diário. Muitos não podem comprar um livro ou uma entrada de cinema, mas muitos podem, e ainda assim alienam-se diante de um tubo de imagens que traz informação e entretenimento, mas que não deveria, mesmo com apenas 14 polegadas, ocupar tanto espaço em uma vida.

 

Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pingos nos is a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam brilho nos olhos, sorrisos e soluções, coração aos tropeços, sentimentos.

 

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

 

Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não acha graça de si mesmo

 

Morre lentamente quem destrói seu amor-próprio. Pode ser depressão, que é doença séria e requer ajuda profissional. Então fenece a cada dia quem não se deixa ajudar.

 

Morre lentamente quem não trabalha e quem não estuda, e na maioria das vezes isso não é opção e, sim, destino: então um governo omisso pode matar lentamente uma boa parcela da população.

 

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe.

 

Morre muita gente lentamente, e esta é a morte mais ingrata e traiçoeira, pois quando ela se aproxima de verdade, aí já estamos muito destreinados para percorrer o pouco tempo restante. Que amanhã, portanto, demore muito para ser o nosso dia. Já que não podemos evitar um final repentino, que ao menos evitemos a morte em suaves prestações, lembrando sempre que estar vivo exige um esforço bem maior do que simplesmente respirar.

 

 

 

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PABLO NERUDA

     1904-1973

É PROIBIDO

 

É proibido chorar sem aprender,

Levantar-se um dia sem saber o que fazer

Ter medo de suas lembranças.

 

É proibido não rir dos problemas

Não lutar pelo que se quer,

Abandonar tudo por medo,

Não transformar sonhos em realidade.

 

É proibido não demonstrar amor

Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.

 

É proibido deixar os amigos

Não tentar compreender o que viveram juntos

Chamá-los somente quando necessita deles.

 

É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,

Fingir que elas não te importam,

 

Ser gentil só para que se lembrem de você,

Esquecer aqueles que gostam de você.

 

É proibido não fazer as coisas por si mesmo,

Não crer em Deus e fazer seu destino,

Ter medo da vida e de seus compromissos,

Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.

 

É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,

Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos

se desencontraram,

Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.

 

É proibido não tentar compreender as pessoas,

Pensar que as vidas deles valem mais que a sua,

Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte.

 

É proibido não criar sua história,

Deixar de dar graças a Deus por sua vida,

Não ter um momento para quem necessita de você,

Não compreender que o que a vida te dá, também te tira.

 

É proibido não buscar a felicidade,

Não viver sua vida com uma atitude positiva,

Não pensar que podemos ser melhores,

Não sentir que sem você este mundo não seria igual.

 

 

 

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 BERTOLD BRECHT

   1898-1956     

INTERTEXTO

Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro

Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário

Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável

Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei

Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.

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                          CHARLES BAUDELAIRE

                                    1821-1867

                

                                   ÉLEVATION

 

AU-DESSUS DES ÉTANGS, AU-DESSUS DES VALLÉES,

DES MONTAGNES, DES BOIS, DES NUAGES, DES MERS,

PAR DELÀ LE SOLEIL, PAR DELÀ LES ÉTHERS,

PAR DELÀ LES CONFINS DES SPHÈRES ÉTOILÉES,

 

MON ESPRIT, TU TE MEUS AVEC AGILITÉ,

ET, COMME UM BON NAGEUR QUI SE PÂME DANS L’ONDE,

TU SILLONNES GAIEMENT L’IMMENSITÉ PROFONDE

AVEC UNE INDICIBLE ET MÂLE VOLUPTÉ.

 

ENVOLE-TOI BIEN LOIN DE CES MIASMES MORBIDES;

VA TE PURIFIER DANS L’AIR SUPÉRIEUR,

ET BOIS, COMME UNE PURE ET DIVINE LIQUER,

LE FEU CLAIR QUI REMPLIT LES ESPACES LIMPIDES.

 

DERRIERÈRE LES ENNUIS ET LES VASTES CHAGRINS

QUI GHARGENT DE LEUR POIDS L’EXISTENCE BRUMEUSE,

HEUREUX CELUI QUI PEUT D’UNE AILE VIGOUREUSE

S’ÉLANCER VERS LES CHAMPS LUMINEUX ET SEREINS;

 

CELUI DONT LES PENSERS, COMME DES ALOUETTES,

VERS LES CIEUX LE MATIN PRENNENT UN LIBRE ESSOR,

QUI PLANE SUR LA VIE, ET COMPREND SANS EFFORT

LE LANGAGE DES FLEURS ET DES CHOSES MUETTES!

 

                           ELEVAÇÃO*

 

ACIMA DOS PANTANAIS , ACIMA DOS VALES,

DAS MONTANHAS, DOS BOSQUES, DAS NUVENS, DOS MARES,

ALÉM DO SOL, ALÉM DAS IMENSIDÕES VOLÁTEIS,  

ALÉM DOS CONFINS DAS ESFERAS ESTRELARES,

 

MEU ESPÍRITO, SE MOVE COM AGILIDADE,

E, COMO UM BOM NADADOR TRANQUILO SOBRE AS ONDAS,

ATRAVESSA ALEGREMENTE A IMENSIDÃO PROFUNDA

COM UMA INDESCRITÍVEL E FORTE SENSAÇÃO DE PRAZER.

 

VOA PARA BEM LONGE DOS AMBIENTES MÓRBIDOS;

VAI TE PURIFICAR NO AR SUPERIOR,

E EXPERIMENTA, COMO SE FOSSE UM LICOR PURO E DIVINO,

O FOGO CLARO QUE ENVOLVE OS ESPAÇOS LÍMPIDOS.

 

ATRÁS DAS DIFICULDADES E DAS TRISTEZAS PROFUNDAS

QUE SOBRECARREGAM A EXISTÊNCIA BRUMOSA,

FELIZ É AQUELE QUE PODE, COM UM VÔO VIGOROSO,

SE LANÇAR EM DIREÇÃO DOS CAMPOS LUMINOSOS E SERENOS;

 

AQUELE QUE TEM A CAPACIDADE  DOS PÁSSAROS,

QUE VOA LIVREMENTE NOS CÉUS TODAS AS MANHÃS,

PLANA SOBRE A VIDA, E COMPREENDE, SEM ESFORÇO,

A LINGUAGEM DAS FLORES E DAS COISAS SILENCIOSAS!

 *Tradução: MAERLE FERREIRA LIMA

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VICTOR HUGO

                               1802-1885

                     

                        HOMEM E MULHER

O homem é a mais elevada das criaturas.

A mulher é o mais sublime dos ideais.

Deus fez para o homem um trono;

Para a mulher um altar.

O trono exalta; o altar santifica.

O homem é o cérebro; a mulher o coração, o amor.

A luz fecunda; o amor ressuscita.

O homem é o gênio; a mulher o anjo.

O gênio é imensurável; o anjo indefinível.

A aspiração do homem é a suprema glória;

A aspiração da mulher, a virtude extrema.

A glória traduz grandeza; a virtude traduz divindade.

O homem tem a supremacia; a mulher a preferência.

A supremacia representa a força.

A preferência representa o direito.

O homem é forte pela razão; a mulher invencível pelas lágrimas.

A razão convence; a lágrima comove.

O homem é capaz de todos os heroísmos;

A mulher de todos os martírios.

O heroísmo enobrece; os martírios sublimam.

O homem é o código; a mulher o evangelho.

O código corrige; o evangelho aperfeiçoa.

O homem é o templo; a mulher, um sacrário.

Ante o templo, nos descobrimos;

Ante o sacrário ajoelhamo-nos.

O homem pensa; a mulher sonha.

Pensar é ter cérebro;

Sonhar é ter na fronte uma auréola.

O homem é um oceano; a mulher um lago.

O oceano tem a pérola que embeleza;

O lago tem a poesia que deslumbra.

O homem é a águia que voa; a mulher o rouxinol que canta.

Voar é dominar o espaço; cantar é conquistar a alma.

O homem tem uma luz; a consciência;

A mulher tem uma estrela; a esperança.

A luz guia, a esperança salva.

Enfim…

O homem está colocado onde termina a terra;

A mulher onde começa o sol…

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                                            WALT WHITMAN

                                                 1819-1892

 

Pouco antes de morrer, Walt Whitman dedicou um texto ao Brasil, em homenagem à proclamação da República.

 

                                    UMA SAUDAÇÃO DE NATAL

                                                1889-1890

 

Bem-vindo sejas irmão brasileiro! teu amplo lugar está pronto;

Um sorriso te enviamos do norte – nas mãos afetuosas – uma urgente saudação cheia de sol!

Que o futuro se haja sozinho, onde quer que surjam transtornos e obstáculos,

Nossas, nossas as agruras do presente, o fim democrático, a aceitação e a fé.

Para ti, neste dia, nossos braços se estendem, nosso rosto se volta

Sobre ti nosso olhar paira esperançoso.

Tu, livre aglomerado de estrelas! tu, constelação rutilante! tu, que tão bem compreendeste

O exemplo verdadeiro de uma nação cuja luz fulgia no céu,

Mais resplandecente do que a Cruz, mais do que a Coroa

O vértice que é preciso atingir para chegar à suprema humanidade.

 

                           

                                   …………………………

 

                               POETA*

 

Máquina alguma de poupar trabalho

eu fiz, nada inventei,

nem sou capaz de deixar para trás

nenhum rico donativo

para fundar um hospital ou uma biblioteca

reminiscência alguma

de um ato de bravura pela América,

nenhum sucesso literário ou intelectual

nem mesmo um livro bom para as estantes

– apenas uns poucos cantos

vibrando no ar eu deixo

aos camaradas e amantes.

 

* em “Flores de Relva”

 

                                  ………………………..

 

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FREDERICO GARCÍA LORCA

                                         1898-1936

 

PASSAGEM COM DUAS TUMBAS E UM CÃO ASSÍRIO*

 

Amigo, levanta para que ouças latir o cão assírio.

 

As três ninfas do câncer estiveram dançando, filho meu.

Trouxeram umas montanhas de lacre rubro

e uns lençóis duros onde estava o câncer dormido.

O cavalo tinha um olho no pescoço

E a lua estava no céu tão frio

que teve de desgarrar-se seu monte de Vênus

e afogar em sangue e cinza os cemitérios antigos.

 

Amigo, desperta, que os montes ainda não espiram

e as ervas de meu coração estão em outro lugar.

Não importa que estejas repleto de água do mar.

Eu amei muito tempo um menino

que tinha cem anos dentro de um punhal.

 

Desperta. Cala. Escuta. Incorpora-te um pouco.

O uivo é uma longa língua arroxeada

 de deixa formigas de espanto e licor de lírios.

Já vem até a rocha. Não alongues tuas raízes!

Aproxima-te. Geme. Não soluces em sonhos, amigo.

 

Amigo!

Levanta para que ouças uivar

o cão assírio.

 

*Publicado em: “Poeta en Nueva York”

 

 

FREDERICO GARCÍA LORCA, poeta e dramaturgo, socialista convicto, partidário da República, declaradamente homossexual, nasceu na região de Granada, na Espanha, em 05 de junho de 1898, e morreu nos arredores de Granada, em 19 de agosto de 1936. Foi fuzilado pelos partidários do General Francisco Franco, no início da Guerra Civil Espanhola.

Em 1934, já era o mais famoso poeta e dramaturgo da Espanha. No auge de sua produção intelectual, foi assassinado, com apenas 38 anos de idade. Sua execução teve repercussão mundial.

Em suas poesias, García Lorca identificou-se com os mouros, judeus, negros e ciganos, alvos de grandes perseguições em seu país.

Escreveu “Bodas de Sangue”, em 1933, que abriu uma nova era no teatro moderno da época. Escreveu “Yerma”, em 1934 e “A Casa de Bernarda Alba”, em 1936.

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PAUL MARIE VERLAINE, O POETA DO SIMBOLISMO

Nasceu no dia 30 de março de 1844, em Metz, França

Morreu no dia 8 de janeiro de 1896, em Paris, aos 52 anos de idade, consumido pelo álcool, pelas drogas e pelos excessos da vida promíscua que levou.

Verlaine frequentava todos dias os cafés parisienses de baixa categoria e afogava suas mágoas em incontáveis garrafas de absinto.

Verlaine era homossexual, teve vários amantes e sofria constantemente de depressão.

Nos últimos anos de vida, suas condições de saúde se agravaram em virtude das intermináveis bebedeiras e dos descuidos pessoais.  Verlaine morreu na miséria.

 

POEMA:

 

CHANSON D’AUTOMNE*

 

Les sanglots longs

Des violons

De l’automne

Blessent mon coeur

D’une langueur

Monotone

.

Tout suffocant

Et blême, quand

Sonne l’heure

.

Je me souviens

Des jours anciens

Et je pleure;

.

Et je m’en vais

au vent mauvais

Qui m’emporte

Deçà, delà

Pareil à la

Feuille morte

 

 

 

 

CANÇÃO DO OUTONO

 

Os soluços longos

Dos violinos

Do outono

Ferem meu coração

Com um langor

Monótono

.

Sufocando tudo

E pálido, quando

Chega a hora

.

Eu me lembro

Dos velhos tempos

E choro

.

E eu vou

No vento ruim

Que me leva

De um lado e do outro

Como uma

Folha morta

.

*Tradução feita por Maerle Ferreira Lima

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Foto de Paul Verlaine, entre 1895 e 1896, em um botequim de Paris, acompanhado de sua inseparável garrafa de absinto

Foto de Paul Verlaine bêbado

Paul Verlaine, French poet, 1891. A photograph from Album de Photographies, Dans L’Intimite de Personnages Illustres, 1845-1890, Editions MD, 22 Rue de L’Arcade, Paris 8, 1845-1890. (Photo by The Print Collector/Print Collector/Getty Images)

 

O POETA ARTHUR RIMBAUD, “O MARIDO INFERNAL” DE PAUL-MARIE VERLAINE, COMO ELE PRÓPRIO DIZIA

Em 1870, os grandes poetas impressionistas Arthur Rimbaud e Paul-Marie Verlaine iniciaram uma paixão ardente, tumultuada e violenta, que terminou em agressão, escândalo e ataque à mão armada por parte de Verlaine, que acertou Rimbaud com dois tiros de pistola.

A agressão contra Rimbaud aconteceu no dia 10 de julho de 1873, às 14 horas, em um quarto do hotel Liège, em Bruxelas. Naquela época Verlaine tinha 29 anos de idade e Rimbaud tinha 19 anos.

Por essa tentativa de assassinato, Verlaine foi preso, processado,  levado a julgamento e condenado a dois anos de prisão.

A relação homossexual entre Verlaine e Rimbaud escandalizou a sociedade da época, os meios boêmios, os meios intelectuais e literários, sua esposa Mathilde e a família dela.

Os dois eram jovens, eram gênios da poesia, tinham nervos à flor da pele, relegavam a segundo plano os cuidados com a saúde e se entregavam sem limites ao álcool, às noitadas cotidianas regadas a incontáveis garrafas de absinto, ao fumo,  ao ópio, ao sexo incontrolável e a diversas outras drogas igualmente destrutivas.

 

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FOTO DO GRANDE POETA ARTHUR RIMBAUD

20 DE OUTUBRO DE 1854, EM  CHARLEVILLE-MÉZIÈRES, FRANÇA,

10 DE NOVEMBRO DE 1891, EM MARSELHA, FRANÇA, AOS 37 ANOS DE IDADE

Poemas e Fragmentos

Jean-Nicloas Arthur Rimbaud escreveu suas obras mais marcantes entre os 15 e 18 anos de idade.

Em 1871, em Paris,  ele conheceu o poeta Paul-Marie Verlaine, por quem nutria grande admiração intelectual. Mas, logo surgiu uma atração mútua além dos livros. Rimbaud ficou hospedado na casa de Verlaine e um tórrido caso de amor entre os dois chocou a família de Verlaine que era casado e tinha filho, os meios literários e a sociedade da época que tinha grande admiração pelos escritos de Verlaine.

Em pouco tempo de relacionamento, a paixão entre Verlaine e Rimbaud se tornou conflituosa. Os dois tinham temperamento explosivo e viviam em constantes brigas. Em um desses desentendimentos que aconteceu em um quarto de hotel em Bruxelas, numa tarde de 1873, Verlaine, tomado de fúria, atacou Rimbaud com dois tiros de pistola que atingiram seu braço e sua mão.

Por essa tentativa de assassinato, Verlaine foi preso, processado, julgado e condenado a dois anos de prisão. A paixão entre os dois não resistiu a esse ataque violento. Rimbaud deixou Paris e passou uma temporada na Inglaterra.

Arthur Rimbaud morreu em Marselha, França, aos 37 anos de idade, vitimado por um câncer no joelho, no dia 10 de novembro de 1891.

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.JORGE FRANCISCO ISIDORO LUIS BORGES ACEVEDO

Nasceu em 24 de agosto de 1899, em Buenos Aires, Argentina, e morreu, em 14 de junho de 1986, em Genebra, na Suíça.

Foi um escritor, poeta, tradutor, crítico literário e  ensaísta. Era fluente em várias línguas.

Em 1914, sua família se mudou para a Suíça, onde estudou.

Em seu retorno à Argentina, em 1921, começou a publicar seus poemas e ensaios, em revistas surrealistas.

Segundo os seus críticos, o conjunto de sua obra abrange o caos que governa o mundo e o caráter de irrealidade em toda literatura

Na última etapa de sua vida intelectual, sofreu de uma cegueira progressiva que, segundo os estudiosos de sua obra, o ajudou a criar novos símbolos literários, através da imaginação.

Assim, para eles, os últimos poemas de Jorge Luis Borges dialogam com vultos culturais como Spinoza, Luis de Camões e Virgílio.

Em síntese, Borges, com sua genialidade, conseguiu renovar a linguagem da ficção e abrir caminho para uma nova geração de romancistas hispano-americanos.

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MARTHA MEDEIROS

Nasceu no dia 20 de agosto de 1961.

É jornalista, escritora, aforista e poetisa brasileira.

É colunista do “Jornal Zero Hora”, de Porto Alegre, e do “Globo”, do Rio de Janeiro.

Formou-se em 1982, na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em Porto Alegre.

Nos últimos anos, começou a escrever crônicas para os jornais e, a partir daí, sua carreira literária ganhou projeção.

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TRÊS PENSAMENTOS INTERESSANTES DE  MARTHA MEDEIROS

 

“SEMPRE DESPREZEI AS COISAS MORNAS, AS COISAS QUE NÃO PROVOCAM ÓDIO NEM PAIXÃO, AS COISAS DEFINIDAS COMO MAIS OU MENOS, UM LIVRO MAIS OU MENOS.TUDO PERDA DE TEMPO.

VIVER TEM QUE SER PERTURBADOR, É PRECISO QUE NOSSOS ANJOS E DEMÔNIOS SEJAM DESPERTADOS, E COM ELES SUA RAIVA, SEU ORGULHO, SEU ASCO, SUA ADORAÇÃO OU SEU DESPREZO.

O QUE NÃO FAZ VOCÊ MOVER UM MÚSCULO, O QUE NÃO FAZ VOCÊ ESTREMECER, SUAR DESATINAR NÃO MERECE FAZER PARTE DE SUA BIOGRAFIA.”

 

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“NÃO É A ALTURA, NEM O PESO, NEM OS MÚSCULOS QUE TORNAM UMA PESSOA GRANDE, É A SUA SENSIBILIDADE SEM TAMANHO.”

 

                                     ……………………..

 

“O TEMPO NÃO CURA TUDO. ALIÁS, O TEMPO NÃO CURA NADA, O TEMPO APENAS TIRA O INCURÁVEL DO CENTRO DAS ATENÇÕES.”

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PABLO NERUDA

 

Pablo Neruda, pseudônimo de Neftali Ricardo Reyes Basoalto, em homenagem ao escritor checo, Jean Neruda, era filho de um operário ferroviário e de uma professora primária.

Nasceu em 12 de julho de 1904, em Parral, no Chile, e morreu em 23 de setembro de 1973, vítima de câncer de próstata.

Diplomou-se em Pedagogia, pela Universidade do Chile, e, durante toda a sua vida, a literatura, a política e a diplomacia caminharam  juntas.

Em 1927, iniciou a carreira diplomática e foi nomeado Cônsul, em Rangum, na Birmânia. Em seguida, exerceu funções diplomáticas em Djacarta, Indonésia; Madrid, durante a Guerra Civil Espanhola, quando foi obrigado a se retirar do país; e México, como Embaixador, entre 1940-1942.

Em 1945, foi eleito Senador no Chile.

Em 1971, durante o governo de Salvador Allende, foi nomeado Embaixador em Paris. No mesmo ano, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura.

A obra de Pablo Neruda reúne mais de 40 livros, escritos entre 1923 e 1973.

Ele foi um dos maiores intelectuais da América Latina, um homem de esquerda, engajado na luta pelas transformações sociais em seu país e em todo o continente latino-americano.

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O DRAMATURGO, ENCENADOR, CRÍTICO E POETA, EUGENE BERTOLT FRIEDRICH BRECHT, NASCEU NO ESTADO LIVRE DA BAVIERA, NA ALEMANHA, ÀS PORTAS DO SÉCULO XX, EM 10 DE FEVEREIRO DE 1898.

TODA A SUA OBRA FOI CONSTRUÍDA SOB A INSPIRAÇÃO DA LUTA DE CLASSES E DAS RELAÇÕES HUMANAS NA SOCIEDADE CAPITALISTA.

SEUS TEXTOS E MONTAGENS O TORNARAM CONHECIDO NO MUNDO INTEIRO.

FOI UM DOS ESCRITORES MAIS IMPORTANTES DO SÉCULO XX. UM HOMEM QUE REVOLUCIONOU A TEORIA E A PRÁTICA DA DRAMATURGIA E DA ENCENAÇÃO.

AS SUAS CRIAÇÕES MUDARAM COMPLETAMENTE A FUNÇÃO E O SENTIDO DO TEATRO, USANDO-O COMO ARMA DE CONSCIENTIZAÇÃO, POLITIZAÇÃO E CONTESTAÇÃO.

COM A CHEGADA DE HITLER AO PODER, EXILOU-SE NA ÁUSTRIA, DINAMARCA, FINLÂNDIA, SUÉCIA, INGLATERRA, RÚSSIA E, FINALMENTE, NOS ESTADOS UNIDOS.

ENTRE AS SUAS MAIORES OBRAS ESTÃO: GALILEO GALILEI; OS FUZIS DA SENHORA CARRAR; A EXCEÇÃO E A REGRA; ANTÍGONA; DON JUAN; CORIOLANO E MUITAS OUTRAS.

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   CHARLES-PIERRE BAUDELAIRE

 

Nasceu em Paris, de família abastada, no dia 09 de abril de 1821.

Foi um poeta e teórico das artes, criador da tradição moderna na poesia, juntamente com Walt Whitman e um dos precursores do simbolismo. A influência de sua obra ultrapassou sua existência e perdura até hoje.

As Flores do Mal, “Les Fleurs du Mal”, sua obra mais consagrada, publicada em 1857, com 100 poemas, foi considerada pelas autoridades da época, como subversiva e imoral,  o levou aos Tribunais. Após amargar um processo, foi obrigado a retirar seis poemas originais do livro. Apesar disso, em 1911, seu trabalho foi publicado sem cortes.

Charles Baudelaire, viveu uma vida de aventuras, de viagens, de gastos, mulheres, bebidas, drogas e participações em movimentos libertários.

Morreu prematuramente, em Paris, aos 46 anos de idade, de sífilis, em 31 de agosto de 1867.

 

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VICTOR-MARIE HUGO

 

Nasceu em 26 de fevereiro de 1802, em Besançon, na França e morreu, em 22 de maio de 1885, em Paris.

Foi um novelista, poeta, dramaturgo, ensaísta, artista e político consagrado.

Seu pai, o Conde de Siguenza, foi um influente General do exército napoleônico.

Victor Hugo teve uma educação privilegiada e viveu  uma vida confortável até o final dos seus dias.

Aos 23 anos de idade, recebeu o título de “Cavaleiro da Legião de Honra da França”, uma das mais altas comendas do país. Com apenas 29 anos, publicou uma de suas maiores obras, “O Corcunda de Notre Dame”. Aos 39 anos, já era membro da Academia Francesa. Foi eleito Deputado à Assembleia Nacional da França e, depois, Senador.

Durante toda a sua atividade intelectual e política, que durou até o seu final, recebeu grandes honrarias e reconhecimento no mundo inteiro.

Victor Hugo levou vida mundana das mais agitadas. Após ter sido liberado sexualmente pela sua mulher, Adèle Foucher, que não queria ter mais filhos, passou a experimentar intensas aventuras amorosas e paixões com inúmeras atrizes, mulheres aristocratas e humildes costureiras.

Artisticamente era um romântico. O prefácio de sua famosa peça teatral “Cromwell”, o projetou como líder do romantismo na França, o tornou uma referência junto à juventude da época e o condenou junto aos mais velhos.

Politicamente, era um reformista. Foi um contestador da velha ordem, e, por isso, amargou exílios em Jersey, Guemsey e Bruxelas, e foi um dos poucos a recusar a anistia, alguns anos depois.

De acordo com o seu desejo, foi enterrado em um caixão humilde no “Panthéon, o lugar de maior honra na França, após ter ficado vários dias exposto sob o “Arco do Triunfo”. Estima-se que mais de 1 milhão de pessoas vieram lhe prestar uma última homenagem.

Enfim, Victor Hugo foi um poeta genial, um intelectual de primeira linha, um político progressista e um libertino incorrigível.

Ninguém pode negar que ele foi um dos homens mais brilhantes da França.

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WALT WHITMAN, descendente de ingleses e neerlandeses, nasceu em 31 de maio de 1819, em West Hills, na cidade de Hutington, no Estado de New York, e morreu em 26 de março de 1892, em Camden, New Jersey

Jornalista, poeta e ensaísta, foi considerado o pai do verso livre e um dos maiores poetas americanos.

Os últimos anos de sua vida foram marcados pela pobreza.

Nos seus poemas, Whitman elevou a condição do homem moderno. Celebrou a natureza humana e a vida em geral em termos pouco convencionais.

Foi um poeta profundamente identificado com os ideais democráticos dos Estados Unidos e fez da poesia, um hino à vida.

No entanto, para os conservadores, o conjunto de sua obra era atentatória à moral e aos bons costumes, porque exaltava o corpo, o sexo e o amor homossexual.

O livro mais importante de sua carreira foi: “Leaves of Grass”, “Folhas de Relva”, que foi editado dez vezes. A cada edição, ele juntava novos poemas.

A décima edição foi publicada em 1897, cinco anos depois de sua morte,  e foram anexados poemas póstumos “Old Age Echoes”.

 

 

          ALGUNS PENSAMENTOS DE WALT WHITMAN

 

” Quem anda 200 metros sem vontade, anda seguindo o próprio funeral, vestindo a própria mortalha”

 

 

“Existo como sou. Isso é o que basta: Se ninguém mais no mundo toma conhecimento, eu me sento contente; e se cada um e todos tomam conhecimento, eu contente me sento. Existe um mundo que toma conhecimento, e este é o maior para mim: o mundo de mim mesmo. Se a mim mesmo eu chegar hoje, daqui a dez mil ou dez milhões de anos, posso alcançá-lo bem disposto ou posso bem disposto esperar mais”.

 

 

” Esta manhã, antes do alvorecer, subi numa colina para admirar o céu povoado, e disse à minha alma: Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram estaremos finalmente fartos e satisfeitos? E minha alma disse: Não, uma vez alcançados esses mundos, prosseguiremos no caminho

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                           FREDERICO GARCÍA LORCA.

Alguns  livros  sobre  Arthur  Rimbaud

Algumas frases do poeta Arthur Rimbaud

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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